Quatro atores rememoram o desejo de formarem uma banda de escola e aproveitam para questionar duvidosas regras e um sistema de ensino que não leva a criança em consideração. Inconformados, eles promovem uma verdadeira revolução na escola. Canções originais executadas ao vivo e relatos de crianças permeiam o espetáculo numa relação documental.
Como é a relação da escola tradicional com a criança? É baseada no diálogo ou na imposição de regras e valores? Quanto o sistema educacional em vigor subestima os pequenos? Esses e outros questionamentos nortearam a criação do espetáculo “INVOCADxS”, da República Ativa de Teatro, sob a direção de Marcelo Soler.
Partindo da perspectiva estética em teatro documentário, o espetáculo vem questionar o sistema educacional tradicional, abarcando quem mais precisa ser ouvido: as crianças/alunos. Afinal, a escola é a base da construção de uma sociedade, e essa instituição manteve praticamente o mesmo sistema impositivo ao longo do tempo. Será que os mesmos métodos ainda são eficientes, ou a realidade das crianças mudou e é necessário repensá-los?
A criança é uma página em branco, que desde o nascimento recebe cores e linhas daqueles que passam por sua vida. Quando chega à escola, ela já possui muitos traços da família, e agora irá aprender a desenvolver os próprios traços e também a conviver com os diferentes. Ela já possui uma experiência anterior, e a escola é uma continuidade da vida, e não uma preparação para a mesma como muitos afirmam. E por ser essa continuidade, a relação poderia ser muito mais saudável se essa escola proporcionasse mais experiências para que os conteúdos fossem conquistados, e não apenas decorados. Sonhamos com uma escola mais humana, que instrumentaliza o aluno para que ele saiba reconhecer como pode atuar nas situações que a vida lhe traz, e não apenas como um repetidor de conceitos que, muitas vezes, ele não compreende suas razões, mesmo que necessárias.
Em uma época em que o professor é tido como um grande vilão da educação, a Cia ressalta sua visão ao mostrar que ele é também vítima do sistema tradicional de ensino. Mesmo com ideias e tentativas, muitas vezes ele é tolhido porque a instituição exige resultados numéricos, que nem sempre reproduzem a real absorção dos conceitos. Então, mais do que buscar culpados, o espetáculo escancara o problema e alimenta a esperança de dias melhores. Mais do que respostas, o espetáculo traz luz à essa crise educacional.
Ficha Técnica
ARGUMENTO, DRAMATURGIA e ENCENAÇÃO:
República Ativa de Teatro
DIREÇÃO: Marcelo Soler
ATORES-CRIADORES: Leandro Ivo, Rodrigo Palmieri, Thiago Ubaldo e Vivi Gonçalves
LETRAS DAS MÚSICAS: Vivi Gonçalves
TRILHA SONORA: República Ativa de Teatro
CONSULTORIA MUSICAL: Rodrigo Dias
FIGURINOS e ADEREÇOS: Daíse Neves e República Ativa de Teatro
CENÁRIO: República Ativa de Teatro
CENOTÉCNICO: Zé Valdir Albuquerque
ILUMINAÇÃO: Rodrigo Palmieri
PREPARAÇÃO CORPORAL e FOTOS: Vitor Vieira
VÍDEO: Otávio Dantas
DESIGN GRÁFICO: Elaine Alves
ASSESSORIA DE IMPRENSA: Miriam Bemelmans
PRODUÇÃO: Fulano’s Produções Artísticas
PRODUÇÃO EXECUTIVA: Célia Ramos
DOCUMENTADOS (vozes):
CRIANÇAS: Elena Szcypula Brasil, Emanuella Sol, Luanda Catarina Régis Cabral, Luís Eduardo Palmieri, Nino Gael Régis Cabral, Sara Hermione, Sofie Gonçalves e Tales Ivo
ADULTOS: Elisabete Ubaldo, João Rosalvo e Sueli Gonçalves
DURAÇÃO: 60 minutos
CLASSIFICAÇÃO: Livre
INDICAÇÃO: Crianças a partir de 4 anos
Breve Histórico
O espetáculo - resultado do projeto “Sonhos em Tempos de Guerra”, contemplado pela 32ª Edição da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo - estreou em Agosto de 2019, no Teatro Municipal Alfredo Mesquita, realizando uma temporada com 20 apresentações, incluindo diversas apresentações para escolas em um amplo projeto de Formação de Público.